É bem provável que as festas não sejam exactamente como um dia já foram ou como queríamos que fossem neste ano marcado pela COVID-19. A pandemia trouxe muitas incertezas e pôs o mundo de pernas para o ar, mas conseguiu pelo menos uma coisa boa: elevou a tecnologia a um novo patamar na vida das pessoas.
Não vale a pena falar do estranho que foi o ano de 2020 e da felicidade que é vê-lo partir, dentro de muito pouco tempo. A pensar nesta despedida, há uma pergunta que não resisto a fazer: como será o seu Natal e/ou a sua passagem de ano este ano? Já ouvi todo o tipo de respostas – desde os que não querem saber dos riscos, e vão manter a tradição em reuniões carregadas de familiares e amigos, aos que optarão pela mais completa reclusão e isolamento. Na minha família houve mesmo quem propusesse uma celebração via Zoom.
Aqui vemos como o Zoom, e outras plataformas ou apps semelhantes, entraram em força na vida das pessoas. Vieram desbloquear situações geradas pelo isolamento exigido (ou auto-imposto) no auge da primeira fase da pandemia e do primeiro Estado de Emergência. Foram (e ainda são) ferramentas fundamentais para permitir o teletrabalho, com as reuniões entre colegas e clientes, assim como para tornar possível o ensino à distância e outras tantas iniciativas realizadas remotamente. Foram, também, essenciais para aproximar pessoas e para trazer um pouco de calor, quando a proximidade era impossível – os abraços e os beijos passaram a ser evitados.
De um dia para o outro passaram a ser usadas de tal forma, que as redes e as plataformas ficaram sobrelotadas, as conversas por vezes arrastavam-se e os ecrãs congelavam vezes sem conta.
Isso fez-me lembrar quando, há um par de décadas, toda a gente tinha telemóvel e já sabia enviar SMS; nas festas de fim de ano o volume de mensagens trocadas era tal, que praticamente bloqueava as redes móveis, fazendo com que fosse uma grande dor de cabeça comunicar nessa altura. As novidades são assim mesmo.
Nada será como dantes
Uma coisa é certa, com tudo isso, a pandemia empurrou mesmo os mais cépticos a meterem, pelo menos, um pé no universo digital para encontrar soluções de sobrevivência neste cenário tão distinto. As pessoas descobriram que tinham de aprender a lidar com estas novidades tecnológicas para conseguir trabalhar à distância e até mesmo para se abastecerem (nunca se tinha comprado tanto pela Internet!).
As empresas tiveram de se reestruturar para aceitar o trabalho remoto como uma forma legítima de colaboração (muitas até passaram a ver este modelo como uma vantagem). E mesmo as mais pequenas perceberam que ter uma presença digital passou a ser essencial.
No novo normal (prometo não usar mais esta expressão), vimos fabricantes de jogos de ciência que passaram a produzir álcool gel e pequenos fabricantes de roupas e acessórios que descobriram uma saída a fabricar máscaras, entre muitas outras voltas dadas no âmbito do mundos dos negócios. E vimos também todo um universo, em torno do digital e das novas tecnologias, a abrir portas para novos negócios e serviços.
Estamos longe de um final feliz e não há dúvidas de que nada será como dantes. Mas tenho a certeza de que será através da tecnologia que conseguiremos resgatar muitos outros aspectos da nossa felicidade. Agora é esperar que 2021 venha rapidamente.