O bloqueio da Huawei por parte do governo americano foi refinado para abarcar mais actividades. Segundo uma lei, publicada recentemente, qualquer empresa que utilize ferramentas feitas ou desenhadas nos Estados Unidos da América terá de pedir uma licença especial para vender produtos à Huawei. Esta lei parece aplicar-se também à TSMC, que é uma empresa multinacional de fabrico de circuitos integrados baseada em Taiwan, que era responsável pelo fabrico da maioria dos processadores que equipam os produtos da Huawei.
O presidente da TSMC, Mark Liu, anunciou numa conferência de investidores, que a empresa vai cumprir a nova lei americana e que não aceitou mais encomendas da Huawei a partir de 15 de Maio deste ano e que a entrega dos últimos produtos para a empresa chinesa terá lugar a 14 de Setembro. No entanto, não indicou se a TSMC vai pedir uma licença ao governos dos EUA, mas que os slots alocados nas fábricas para os produtos Huawei já foram alocados a outros clientes.
Segundo a TSMC, a nova legislação não deverá causar grandes preocupações, porque o desenvolvimento de tecnologias de 7nm, 5nm e 3nm trouxe um grande número de clientes, como a AMD e a Nvidia que estão a usar os serviços da empresa para o fabricos dos processadores de nova geração. Aparentemente, a Apple também estará interessada em trabalhar com a TSMC no fabrico dos processadores de tecnologia ARM, que vão estar presentes na nova geração de computadores Macintosh. Outra fonte de rendimento para a empresa está na grande procura de componentes para tecnologias 5G, tanto para terminais como para a infra-estrutura.
Do lado da Huawei, aparentemente as opções estão a esgotar-se, porque a TSMC era responsável pelo fabrico de milhares de milhões de euros de equipamentos todos os anos, incluindo os processadores móveis Kirin, que estão presentes em todos os smartphones da empresa. Com a suspensão da relação com a TSMC, a Huawei tem muito poucas opções para o fabrico de processadores, porque também está impedida de trabalhar com a Intel, Samsung e a GlobalFoundries. A menos que estas empresas consigam uma licença, a Huawei terá de recorrer a empresas chinesas que, para já, não têm capacidade de acompanhar os desenvolvimentos tecnológicos das empresas maiores.
Em Maio surgiram informações que davam conta que a Huawei tinha gasto 27 mil milhões de dólares para fazer stock de componentes essenciais, que incluem um grande número de processadores e outros chips. É possível que a Huawei tenha hardware suficiente em armazém para lhe permitir funcionar durante um ou dois anos.