Respondendo aos receios de que a partilha de mensagens privadas podem potenciar a circulação de notícias falsas acerca da pandemia de COVID-19, os responsáveis pela aplicação de mensagens instantâneas WhatsApp anunciaram que iriam impor novos limites ao reenvio das mensagens recebidas.
A partir desta altura, as mensagens identificadas como “muito partilhadas”, que tenham sido partilhadas numa cadeia de mais de cinco pessoas, só poderão ser reenviadas para uma única pessoa. A imposição deste limite tem o intuito de reduzir a velocidade com que a informação é disseminada através do WhatsApp e de tentar colocar os factos e a ficção em pé de igualdade.
Segundo um artigo publicado no blog da empresa:
“Nas últimas semanas, muitas pessoas em todo o mundo também têm usado o WhatsApp para organizar homenagens aos profissionais de saúde que estão trabalhando na linha de frente no combate à pandemia, por exemplo. Entretanto, temos visto um aumento significante na quantidade de mensagens encaminhadas que, de acordo com nossos usuários, podem contribuir para a disseminação de boatos e informações falsas. Acreditamos que é importante desacelerar a disseminação de mensagens encaminhadas para que o WhatsApp continue sendo um espaço seguro para conversas pessoais.”
Durante o tempo de vida do serviço WhatsApp, os utilizadores podiam reenviar facilmente uma única mensagem para 256 pessoas simultaneamente. Inicialmente, estas mensagens não eram marcadas como sendo reenviadas de outras fontes e o sistema de encriptação do serviço tornava difícil, senão impossível, detectar quem estaria a usá-lo para espalhar discursos de ódio ou informação falsa.
Em 2018, o WhatsApp começou a testar a imposição de limites ao número de vezes que uma mensagem poderia ser reenviada. Também começou a marcar as mensagens como sendo reenvios com um ícone com duas setas. E, no ano passado, começou a limitar a cinco o número de pessoas para as quais as mensagens podem ser reenviadas simultaneamente.
No entanto, este limite não impede ninguém de reenviar a mesma mensagem muitas vezes para pessoas diferentes. Mas a introdução deste limite ajudou a reduzir em 25% os reenvios totais no serviço em todo o mundo.
O actual estado de pandemia voltou a colocar a utilização do WhatsApp em primeiro plano através de reportagens de vários meios de comunicação que descobriram que o serviço foi usado para espalhar informação falsa acerca de potenciais curas para a COVID-19 e boatos sobre as possíveis origens militares do vírus.
Em resposta, o WhatsApp promoveu um bot construído pela Organização Mundial de Saúde, que dá informação acerca da doença verificada por pessoal médico certificado. O WhatsApp também doou um milhão de dólares à International Fact-Checking Network.