Antes de começarmos a explicar como pode usar o Windows 7 de forma segura, é preciso que perceba bem uma coisa: nunca será tão seguro como o Windows 10. O facto de a Microsoft dar suporte a um sistema operativo é o maior factor que determina a sua segurança, independentemente dos antivírus ou de outras ferramentas usadas, como antimalware. Uma vez anunciado o fim do suporte, a Microsoft está a passar uma mensagem inequívoca: é preciso actualizar para o Windows 10.
No entanto, a informática é um compromisso constante entre risco e conveniência. Quando vamos para a cama, à noite, ficamos descansados por trancar tudo, mas não construímos uma parede de tijolo do lado de fora da porta da rua, sabendo que temos de a mandar abaixo de manhã, quando saímos para o trabalho para a escola.
Portanto, se usar o Windows 7 e quiser ter a conveniência de continuar a usar um sistema operativo que conhece bem e de que gosta, tem de aceitar os riscos.
E isto significa, sobretudo, mudar a forma como usamos o PC, com algumas cedências. É preciso pesar bem os prós e os contras, para perceber se vale mesmo a pena usar um sistema operativo que já não tem suporte de segurança por parte da empresa que o criou.
Actualize o software e os drivers
Com o “fim” do Windows 7, os conselhos de segurança tradicionais tornam-se mais importantes que nunca. Na maioria dos casos, é obrigatório ter o software e os drivers actualizados, mas neste caso estas recomendações têm de ser ainda mais reforçadas. A nossa sugestão vai no sentido de usar um programa que verifica se há software desactualizado no PC e que também instala as actualizações disponíveis: o Patch My PC.
Alguns programas podem ser actualizados sem que tenhamos de fazer alguma coisa; noutros casos, será preciso carregar em ‘Perform XX updates’, onde o ‘XX’ é o número de programas a serem actualizados. Aqui, também podemos agendar actualizações regulares para o nosso software. Tem apenas de perceber uma coisa: este tipo de programas é tão bom quanto o banco de dados em que se baseiam para fazer os updates – se um programa não estiver neste repositório, o actualizador não o vai encontrar no seu PC. Embora o Patch My PC seja simples de usar, o seu banco de dados é mais pequeno que o do Downloadcrew UpdateScanner, por isso vale a pena recorrer a esta alternativa se não encontrar os updates desejados no outro programa.
Para actualizar drivers, pode usar o IObit DriverBooster, um programa que compara os drivers instalados com uma “biblioteca” on-line das actualizações mais recentes. O DriverBooster dá indicação dos drivers desactualizados e mostra o update respectivo que estiver disponível – basta dar um clique em ‘Actualizar agora’ para corrigir a situação.
Mudar para uma conta Padrão
As contas standard são uma boa forma de usar o Windows 7 com mais segurança, já que têm acesso limitado às configurações e restrições do sistema, o que nos impede de instalar ou remover programas ou de mesmo alterar as configurações do sistema. Estas limitações aplicam-se ainda a qualquer software que tenhamos instalado no PC, o que pode impedir que o sistema seja infectado com malware
Para criar uma destas contas “limitadas” tem, primeiro, de fazer login como administrador e assegurar-se de que a conta tem uma password. Vá até ao ‘Painel de Controlo’ e depois entre em ‘Contas de Utilizador’ e seleccione sua conta. Aqui, clique em ‘Criar uma password’ e digite uma nova palavra-passe duas vezes, assim como uma dica que o faça lembrar dela, e clique em ‘Ok’. De seguida, clique em ‘Gerir outra conta’ e clique em ‘Adicionar um utilizador novo…’. Dê um nome a esta conta, seleccione ‘Padrão’ e clique em ‘Criar Conta’. Agora, basta reiniciar o PC e fazer login com os dados desta nova conta Padrão que criou.
Instalar actualizações de segurança em falta
A Microsoft pode ter posto um ponto final no suporte do Windows 7, mas será que, antes de 14 de Janeiro, tinha mesmo instalado todas as correções de segurança disponibilizadas? Para verificar isto, entre no menu ‘Iniciar’ > ‘Painel de Controlo’ > ‘Sistema e segurança’ > ‘Programas’ > ‘Ver atualizações instaladas’. Além de fazer isso, existem algumas actualizações de segurança que deve descarregar à parte e guardá-las numa pen USB, caso precise delas mais tarde, por exemplo, quando for preciso reinstalar o Windows 7.
Mas, primeiro, precisa de fazer o download do Windows 7 em formato ISO para usar num DVD ou pen, no site da Microsoft, Aqui, vá até ao fundo da página, insira a chave do produto e siga as instruções (se não souber qual é a sua chave, use o software Magical Jelly Bean Keyfinder.
De seguida, faça o download da actualização de segurança KB3020369 (para 32 bit ou para 64 bit) e de mais um pacote semelhante em bit.ly/39bZQ0E (32 bit) ou bit.ly/2vTQlET (64 bit). Depois de fazer o download, transfira-os para uma pen USB.
Correr o Windows 7 numa máquina virtual
Há uma maneira de tirar partido do melhor dos dois mundos, ou seja, actualizar para o Windows 10, mas continuar a usar Windows 7. Para isso, é preciso instalar o Windows 7 como um sistema operativo virtual num PC com Windows 10. Isto não o vai proteger de ataques, mas impede que, no caso de isto acontecer, afecte o Windows 10.
1 – Primeiro, faça o download do Windows 7, como já explicámos; depois, é preciso usar um software de virtualização – sugerimos o VirtualBox. Se tiver um computador de 64 bits, entre em virtualbox.org/wiki/downloads e clique em ‘Windows hosts’, para começar o download. Se, por outro lado, o sistema for de 32 bits, faça o mesmo, mas aqui.
2 – Abra o VirtualBox, seleccione ‘New’ e dê um nome à sua máquina virtual – ‘Windows 7 VR’, por exemplo). De seguida, decida a quantidade de memória que quer usar. Isto vai depender das capacidades que o seu PC com Windows 10 tem e do uso que quer dar ao Windows 7. Imaginemos que o computador tem 16 GB de memória: se isto acontecer, pode atribuir mais memória à máquina virtual (pelo menos 2 GB), para que o Windows 7 funcione de forma mais rápida. Ainda nesta janela, que permite escolher a quantidade de memória a usar pelo sistema virtual, seleccione a opção em ‘Create a virtual hard disk now’ e clique em ‘Create’.
3 – Agora, é preciso definir o tamanho da sua máquina virtual Windows 7 – a Microsoft recomenda um mínimo de 16 GB, mas pode dar mais espaço. Na próxima janela, escolha ‘VDI (Virtual Disk Image)’ e vá clicando em ‘Next’ até à parte em que o VirtualBox lhe pede para determinar o tamanho do disco – aqui, clique em ‘Create’.
4 – Depois, temos de ajustar mais algumas configurações; clique com o botão direito do rato na máquina virtual criada e entre em ‘Settings’ > ‘System’ > ‘Processor’. Aqui pode dar mais poder de processamento à sua máquina virtual com Windows 7 ao atribuir-lhe mais núcleos. Se tiver um sistema com vários, isto vai acelerar a sua máquina virtual com Windows 7; por outro lado, é possível que isto provoque mais lentidão no computador com Windows 10.
5 – A próxima coisa a fazer é aumentar a memória de vídeo para 128 MB em ‘Display’ > ‘Screen’ e, no separador ‘Storage’, adicionar o ISO do Windows 7. Em ‘Dispositivos de Armazenamento’, selecione ‘Empty’ e, em ‘Attributes’, seleccione o ícone do disco. Navegue até ao local onde tem guardado o ISO do Windows 7 e clique em ‘Ok’
Windows 7 virtual pronto a usar
Estamos prontos a usar a versão virtual do Windows 7. Clique na seta verde ‘Iniciar’, seleccione o idioma do teclado, clique em ‘Install Now’ e aceite o contrato de licença. Na próxima página, escolha a unidade de imagem de disco virtual criada anteriormente. Isto vai dar início ao processo de instalação do Windows 7 (pode demorar um pouco). Depois de concluído, a sua nova máquina virtual deve reiniciar de forma automática.
Se o Windows 7 reiniciar algumas vezes durante a instalação, não se preocupe. Tenha também em atenção uma coisa: não carregue em nenhuma tecla quando lhe for pedido, sob pena de regressar à opção ‘Instalar agora’, e impedir o computador de concluir a instalação.
Depois de configurar seu nome de utilizador e a password do Windows 7, vai ser preciso inserir a chave do produto (não será necessário, se tiver feito o download do Windows 7 directamente da Microsoft). Aceite as configurações de segurança recomendadas, escolha o seu fuso horário e siga até à conclusão do processo. Depois de tudo isto, o nosso Windows 7 virtual fica pronto a usar.
É possível fazer quatro resets ao prazo de utilização do Windows 7
Se não tiver uma chave de produto, poderá usar um truque para redefinir a sua licença e fazer com que funcione por 120 dias. Primeiro, abra a Linha de Comandos, mas com direitos de administrador: para isso, escreva comandos no menu ‘Iniciar’ e, na opção que surge em primeiro lugar, clique com o botão do lado direito do rato e escolha ‘Executar como administrador’, no menu de contexto.
Além de ser possível usar o Windows 7 durante trinta dias sem que o tenha de activar, podemos fazer reset quatro vezes a esta “contagem” de tempo. Para ver quantos dias faltam para acabar o prazo, escreva slmgr /dlv na Linha de Comandos: está indicado em ‘Time Remaining’. Ao pé de ‘Remaining Windows rearm count’, vemos quanto resets nos faltam. Quando o ‘Tempo restante’ chegar perto de zero, pode fazer este reset ao escrever slmgr /rearm. Depois de o fazer, vê logo uma mensagem que o confirma.