A Visor.ai foi criada em 2016 por Gianluca Pereyra, Bruno Matias e Gonçalo Consiglieri e resultou da presença num hackathon da Câmara Municipal de Lisboa (CML) e da Beta-i. Os empreendedores, em conjunto com Afonso Fonseca que se tornou o primeiro membro da equipa, apresentaram «uma demo com integração com o Facebook Messenger em que as pessoas podiam reportar situações que aconteciam na cidade, como por exemplo, candeeiros partidos», explicou à PC Guia, Gianluca Pereyra. Como a CML já tinha uma app para estas situações não quis desenvolver a ideia mas questionou-os sobre a possibilidade de criarem «algo para responderem aos munícipes» também na plataforma de mensagens do Facebook e assim nasceu a Visor.ai.
A solução da startup é uma «plataforma web-based que permite ao cliente parametrizar e automatizar o atendimento ao cliente», esclareceu o co-fundador. A ferramenta da Visor.ai permite a «construção de chatbots sem necessidade de programação» e usa machine learning e o processamento de linguagem natural para «dar respostas às perguntas mais comuns com que uma empresa lida». Além da função chat, a Visor.ai funciona também com e-mails.
Um chatbot diferente
Sobre os motivos pelos quais a Visor.ai é diferenciadora, Gianluca Pereyra, salientou o facto de a solução permitir que «o cliente ganhe autonomia sobre o projecto, já que toda a base de conhecimento pode ser facilmente gerida pela equipa do cliente» através da plataforma cloud da startup.
Além disso, o empreendedor referiu o facto de ser «plug-and-play», o que faz com que «o IT não seja um bottleneck», como é normal sempre que tem de existir integração com outras soluções. Mas a grande mais-valia é que a solução «responde aos requisitos de segurança e infraestrutura dos sectores mais exigentes», como as seguradoras e os bancos, os principais clientes da Visor.ai.
Por último, o co-fundador referiu «os idiomas». É que a plataforma está disponível e optimizada para português e espanhol, quando «as grandes empresas de chatbots estão focadas em outras línguas, como inglês e alemão».
Internacionalização é um dos objectivos
A Visor.ai tem escritórios em Lisboa e Madrid e clientes em Portugal, Espanha Colômbia e Angola, mas já existe um maior processo de internacionalização nos horizontes, como disse Gianluca Pereyra: «Para já, estamos a explorar o mercado brasileiro». No entanto, a startup vê como potenciais mercados toda a América Latina, assim como os países dos PALOP.
No futuro, a startup quer ser vista como «a solução que as empresas pensam quando querem automatizar processos» e para continuar a crescer a aposta é na evolução tecnológica como nos revelou Gianluca Pereyra: «As apostas para o futuro são, além da internacionalização, a consolidação da solução ao nível do e-mail e explorar a área da voz. Somos uma empresa com cash flow positivo que não necessitaria de investimento, mas estamos a considerar essa opção para nos ajudar a crescer mais rapidamente».