A Veniam desenvolveu uma plataforma de dados vehicle to everything (V2X) que quer ajudar a melhorar a qualidade de vida das pessoas proporcionando uma mobilidade mais segura. João Barros, co-fundador e CEO da startup, explicou o que faz a empresa: «Ligando todos os veículos às várias redes existentes, estamos a desenvolver uma plataforma de conectividade para o futuro que será fundamental inclusivamente para o desenvolvimento de veículos autónomos». A plataforma veio resolver o desafio de «mover quantidades de dados entre veículos e a nuvem, de uma forma inteligente e económica», acrescentou.
A startup foi criada em 2012, mas a sua génese é anterior e surgiu de um «conjunto alargado de projectos de investigação» desenvolvidos no Instituto de Telecomunicações da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, em conjunto com a Universidade de Aveiro, o MIT e a Carnegie Mellon. João Barros e Susana Sargento desenvolveram a ideia em Portugal e depois juntaram-se a Robin Chase e o Roy Russell, que trabalharam na empresa de carsharing Zipcar, para criarem a Veniam.
Internet of moving things
A startup está a «construir a internet of moving things» que «consiste na conexão de todos os veículos entre si e com a Internet», revelou o CEO. O grande objectivo é «tornar as cidades mais humanas, conectando todas as coisas em movimento». O software da Veniam combina arquitecturas de várias redes inteligentes com baixa latência, garantindo «a conectividade contínua do veículo», esclareceu. Com mais de 190 patentes, a plataforma é «agnóstica ao tipo de rede que utiliza para ligar os veículos à cloud, facilitando assim a implementação da solução em diferentes geografias» e contribuindo «para a melhoria de uma série de aplicações».
Uma solução e equipa global
A Veniam está focada actualmente nos veículos, mas tem potencial para ser «uma plataforma extensível a diversas tecnologias, como robôs, sensores, drones, e outras máquinas em movimento que precisem de comunicar entre si e com a cloud», disse o responsável.
Além desta abrangência, a plataforma é também global e está presente «nas áreas geográficas onde se encontram os principais fabricantes de automóvel do mundo», nomeadamente na Europa, a Ásia e nos EUA, onde aliás tem a sua sede (Silicon Valley). A empresa tem uma equipa de sessenta colaboradores composta por várias nacionalidades e a área de desenvolvimento, para a qual está neste momento a recrutar profissionais, encontra-se no Porto.
As perspectivas para o futuro são animadoras e João Barros explica porquê: «Estamos a trabalhar para que a nossa plataforma seja implementada em milhões de veículos, através das parcerias firmadas com os principais OEM, para garantir que todos os carros que sairão da fábrica já virão com as capacidades de rede necessárias. Podemos (e estamos) a desempenhar um papel fundamental na aceleração do desenvolvimento de veículos autónomos».