Imagine ir a uma loja na sua rua e o dono pedir-lhe o nome, a morada e o número de telefone antes de fazer uma compra. Será que daria os seus dados? O mais provável é que não, mas online estamos constantemente a fazer registos em serviços e a dar os nossos dados pessoais. Muitas vezes nem sequer lemos o que as empresas vão fazer com os mesmos e a quantidade de informação que facultamos não era verdadeiramente necessária. Assim, vamos ensinar-lhe a disfarçar a sua identidade online para dar os seus dados apenas aos serviços em que confia e a quem é mesmo necessário dar.
Use um e-mail alternativo
Apesar de, actualmente, estarmos mais protegidos em virtude do Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD), que impede o uso abusivo dos dados pessoas sem o consentimento expresso do utilizador, o spam na caixa de entrada dos e-mails continua a existir.
Se se vai inscrever num site que, em princípio, só vai usar uma vez, pode usar um endereço de e-mail temporário da Guerillamail. Este serviço gera e-mails aleatórios que pode usar para criar contas em sites – mas tenha atenção: os mesmos só duram uma hora e, depois disso, todas as mensagens são apagadas.
Dar um número de telefone falso
Há serviços em que é inevitável ter de dar o seu número de telefone já que recebe mensagens de confirmação por essa via, como por exemplo no homebaking. Mas, na maioria dos casos, não é estritamente necessário. Assim da próxima vez que lhe pedirem este dado e achar que o mesmo não é fundamental para a utilização do site, dê antes um número falso. No entanto, tenha cuidado para não dar um número que exista e que seja efectivamente de alguém.
Falsifique a sua localização
O IP e qual é o seu fornecedor de acesso à internet (ISP), que permitem ter acesso à sua localização, são dados que podem estar a ser acedidos pelos sites sem o seu conhecimento. É claro que isto não chega para saberem a sua morada efectiva mas podem saber em que cidade está, como pode confirmar em ipinfo.io. O site dá a indicação da localização, que no nosso caso é Lisboa. Além disso, o facto de saberem onde está pode fazer com que certos conteúdos não sejam disponibilizados porque estão bloqueados, por exemplo sites de torrents.
Para esconder a sua localização vai precisar de disfarçar o seu endereço de IP e nada melhor para isso do que usar uma VPN (virtual private network). A nossa proposta é usar o browser Opera, já que tem uma VPN integrada que não limites de utilização de dados. Depois de fazer o download e de instalar o programa, faça ‘Ctrl+Shift+N’ para abrir uma janela anónima do Opera. Clique no símbolo VPN no topo e deslize o slider para ‘On’ para activá-la. A grande desvantagem de usar este método é que a velocidade da Internet vai diminuir, o que para consulta de sites pode não ser problemático mas se estiver a fazer downloads ou ver vídeos torna-se bastante chato.
Uma alternativa é usar uma VPN dedicada como a oferecida pelo TunnelBear que pode usar gratuitamente até um limite de 550 MB por mês ou, se achar que não é suficiente, optar por ter uma subscrição deste ou de outro serviço como a NordVPN ou a ExpressVPN.
Não deixe que o seu browser releve a sua localização
Se estiver a aceder num dispositivo com GPS (como um smartphone) há sites que conseguem determinar exactamente onde está mesmo que tenha uma VPN ligada. A maioria dos browsers avisam quando um site pede permissão para aceder aos seus dados de localização. No entanto, é fácil dizer que sim uma vez e por isso, cada vez que for a essa página novamente está a ser seguido.
Descobrir que sites estão a ver a sua localização é diferente em cada browser, mas em quase todos terá de procurar na área das definições. Se usa o Chrome, vá ao menu – três pontinhos no topo direito, e depois a ‘Definições’> ‘Avançadas’ > ’Definições de sites’. Nessa área clique em ‘Local’ e veja que sites estão a aceder à localização e os que estão bloqueados. Pode também desligar a partilha de localização por completo se desactivar a opção ‘Perguntar antes de aceder’. A funcionalidade deve mudar para ‘Bloqueado’.