Nada como um Outono rigoroso – e zero pachorra para escolher uma das mil séries e filmes que toda a gente venera – para entrar na toca do coelho mágica do YouTube e descobrir formas de contar histórias realmente diferentes e maradas. Tudo começou no Nexpo, um canal dedicado a explicar cibermitos e mistérios (o Atrocity Guide e o Barely Sociable também valem a pena).
Além de análises ponderadas a fenómenos online que passaram despercebidos aos utilizadores normais, do que gostei mais foi descobrir canais de YouTube que se destacam pela sua estética e estruturas narrativas fora do comum, que só podiam existir na Web. Estas são algumas das que achei mais interessantes.
Local 58 – Canal comunitário de serviço público que parece anunciar uma tragédia iminente. Ver o vídeo Contingency. Não olhem para a Lua.
Petscop – Sigam o playthrough do ‘jogo assombrado preferido da Internet’, numa viagem a um segredo violento e traumatizante, que envolve uma criança morta.
Don’t hug me, I’m scared – Esta série sobre perseguir os sonhos e realização pessoal tem um aspeto infantil, mas o enredo é muito mais adulto, doloroso, e negro.
Dad – De todas, a série mais complexa. Sigam a vida de Dad, que não é tão boa como pode parecer a início. Dad quer ser o maior youtuber de sempre, mas a família parece ter interesses paralelos. O ambiente é lynchiano e todos os detalhes contam.
Se estão fartos do que todos vêem, vejam estes histórias. Vejam também as teorias sobre o que são e o que significam, se é que significam algo. Há algo na forma como são contadas que nos dão um friozinho na base da espinha. É isso que as faz mais interessantes que a TV dita inovadora (bocejo…).
Divirtam-se. Se conseguirem.