Embora, tecnicamente, o carregamento sem fios não implique a ligação do dispositivo que deseja carregar a um cabo ou tomada eléctrica, na realidade precisará de ligar a base a uma tomada. Esta solução, embora utilizada há vários anos, permite actualmente o carregamento de praticamente todo o tipo de dispositivos.
O conceito básico recorre à utilização de uma bobine para gerar um campo magnético que transmitir corrente eléctrica para outro dispositivo, o que se designa por ‘indução magnética’. É isto que faz com que chamemos ‘carregamento por indução’ a este tipo de recurso.
Magia magnética
Para que um dispositivo seja compatível com as soluções existentes de carregamento sem fios, é necessária uma base que tenha no seu interior uma bobine em cobre que irá, por sua vez, gerar um campo magnético. Este é captado por outra bobine, a do dispositivo móvel, que a converterá em corrente eléctrica, carregando assim a sua bateria.
A base pode ter vários níveis de potência, dependendo a velocidade de carregamento do dispositivo receptor: por exemplo, o novo Huawei P30 Pro chega aos 15 W. Esta solução é tão simples e prática que tem vindo a ser utilizada por diversos fabricantes, como a Ikea (em acessórios de mobiliário), passando por aeroportos, cadeias de fast food e automóveis, onde é possível carregar o smartphone bastando colocar o mesmo no local destinado para o efeito.
Qi, Powermat e Rezence
Como seria de prever, também nos carregamentos sem fios encontramos vários padrões que tentam, à sua maneira, atingir o mesmo fim. O padrão mais vulgar é o Qi, que utiliza a já referida ‘indução magnética’ para carregamento de dispositivos, tal como o padrão Powermat, embora este último não seja compatível com o primeiro.
Isto é válido também para os dispositivos que desejamos carregar, pois um iPhone X não consegue ser carregado num sistema Powermat, embora existam dispositivos compatíveis com ambos os padrões, como os smartphones da Galaxy S9, S10 e Note 9 da Samsung, por exemplo.
Já o padrão Rezence utiliza um sistema diferente, de ressonância magnética. Embora obrigue a uma comunicação Bluetooth entre o dispositivo e o carregador, tem a vantagem de não exigir uma posição específica para o carregamento como o Qi, bem como a presença de obstáculos entre a base o dispositivo, como uma revista. Esta norma consegue fazer com que o carregamento de um dispositivo seja possível até 45 mm de distância a partir da base.