Perguntássemos há um ano atrás a qualquer teenager se tinha uma conta Facebook e este dir-lhe-ia provavelmente que não, que não queria estar na mesma rede social do pai e da mãe. Hoje, eu, pai pergunto-me no que se está a transformar o Facebook.
Não interessa aqui abordar a questão dos haters, nem na tendência actual de, na esfera pública, abordar essa questão como forma de abandonar a rede social. Nem nas fake news, nem na publicidade, nem nos algoritmos marados. Nem no Marketplace, na integração de vídeos ou do Messenger.
Por outro lado…talvez seja por tudo isso. Talvez já nem se recorde, mas o Facebook é anterior ao Euro 2004. E, desde aí, não pára de crescer. No último trimestre de 2018 chegava aos 2,3 mil milhões de utilizadores, mas, se calhar como eu, quem aqui me lê se vê cada vez mais afastado do emaranhado de funcionalidades em que este se tornou. Novo big bang e, de repente, o Instagram era tudo para bloggers, influencers e outros RP. Nos Estados Unidos (e agora no Brasil) as comunicações presidenciais são feitas pelo Twitter.
«Para onde caminham as redes sociais?», perguntava-me há meses. E, de repente…Escapex. Caiu-me metade. A notícia lia assim: «+350 influencers com uma audiência colectiva de 3,5 mil milhões de utilizadores estão a aderir a esta nova plataforma social que lhes oferece as suas próprias aplicações». Ou seja, cada influencer – blogger, actriz, celebridade – tem a sua própria app, a sua própria rede social. Acrescentava: «…fundada em 2015 já obteve mais de dezoito milhões de euros em venture capital». Aí sim, caiu-me tudo.
Em 2014 lancei o projecto YOMA (Your Own Mobile App) e cheguei a fazer umas aplicações para algumas personalidades portuguesas: a Andreia Rodrigues, o Anselmo Ralph, a Sofia Ribeiro, o Nuno Gama, o Camilo Lourenço. Houve festa de lançamento, reportagem televisiva… o que falhou? Depois de reflectir muito, eu. Faltou-me a perseverança para manter vivo um projecto que faz sentido em 2019, mas que em 2015 o Facebook arrasava.
A questão é que estar certo cem anos antes é só para génios; para estar apenas quatro, é preciso capital.