A Book in Loop (BiL)aposta na reciclagem de livros escolares do 5º ao 12º ano para resolver o problema do que fazer com os milhares de manuais escolares, que deixam de ser utilizados todos os anos, e que, muitas vezes, ficam a ganhar pó nas estantes das casas das famílias portuguesas.
A ideia de criar a plataforma foi de João Bernardo Parreira e Manuel Tovar. «O João Bernardo estava ainda a frequentar o ensino secundário e o Manuel tinha acabado de entrar na universidade, por isso viviam de perto a problemática dos pais terem de pagar os manuais escolares para serem usados dez meses e depois serem deixados na prateleira» indica Guilherme Coelho, head of product da startup. Foi com o intuito de ajudar as famílias a poupar que os dois estudantes, em conjunto com José Pedro Moura, criaram a BiL.
A startup, que até agora já conseguiu atingir «cem mil livros circulados», tem mais de «setenta famílias registadas» que «vendem os manuais de que não precisam e recebem até 20% do PVP» do livro e depois «compram os manuais que necessitam com 60% de desconto». A empresa consegue oferecer, assim, uma «redução de cerca de 80%» nos livros para a escola. «Em média uma família gasta cerca de 215 euros com os manuais escolares e com a Book in Loop pode consegui-los por apenas quarenta euros», esclarece o responsável.
A BiL, que vai completar em 2018 o seu terceiro ano de operação, quer chegar este ano aos «1,5 milhões de euros de poupança para as famílias portuguesas», revelou à PCGuia, Guilherme Coelho.
Próxima aposta é no mercado universitário
O futuro é alargar o modelo de negócio aos livros universitários. A nova solução, que se vai chamar Uniloop (deverá começar em 2019) é mais uma forma de expandir a visão de economia circular da startup. Contudo, acarreta alguns desafios já que, apesar de em termos tecnológicos e logísticos o novo negócio ser idêntico ao que já têm, há duas grandes diferenças.
«O público-alvo é diferente pois já não são mães entre os 30 e os 45 anos» mas «estudantes dos 18 aos 25 anos»; e ao «contrário do que acontece com os manuais do 5º ao 12º ano que são definidos por portaria nacional com o PVP, nas universidades os livros dependem das faculdades, dos professores e até dos alunos», indica o head of product da BiL. Assim em vez de uma «base de dados fixa, a BiL tem de ter uma base de dados feita pelos utilizadores» refere o executivo.
Mas a ideia é, nos próximos anos, alargar o conceito e «oferecer outros produtos e serviços», como por exemplos chegar «às sebentas, um conceito que está muito enraizado nas universidades portuguesas».
Além de preparar o novo negócio, até ao final do ano, a Book in Loop quer também conseguir «duplicar o número de livros circulados» em relação a 2017 (sessenta mil livros) e tudo indica que estão no caminho certo para o conseguir.