O RPGD (Regulamento Geral de Proteção de Dados) é, talvez, a mais importante medida tomada pelos organismos europeus no que diz respeito à privacidade dos dados pessoais e da utilização que as empresas fazem dos mesmos.
É também a razão por que recebeu uma catrefada de e-mails a solicitar a sua autorização para que continue a constar das bases de dados das empresas com quem, a alguma altura desde o advento da Internet e do e-mail, deu o consentimento para que nelas constasse. O PQS ou ‘para que serve’ é mesmo para o/me proteger.
Só nessa altura é que me dei conta da imensidão de empresas a quem “dei” o meu e-mail e autorização para que me contactassem. Algumas nunca o fizeram, é verdade, outras ouvia delas de quando em vez e, mesmo as que abusaram, nem sempre as mandei para o spam. No imediato, e para mim, o PQS o RGPD é para isto mesmo, como obriga as empresas a que quem consta nestas bases de dados faça um opt-in, ou seja, (re)afirme a sua intenção de nelas constar, no imediato e ao não fazê-lo vou-me livrar de gente chata ou de algo que simplesmente subscrevi para obter algum benefício em determinada altura da minha vida online.
Não que estejamos ao nível do social score a ser implementado na China ou da constante monitorização dos cidadãos em tempo real, mas carece de facto que nos dêmos conta do impacto que a cedência dos nossos dados a terceiros pode dar.
Há uns dias lia sobre uma fita adesiva que se coloca nos soutiens e que alerta via app uma lista de pessoas em quem confia em caso de tentativa de agressão. Numa revista semanal li, também, sobre a evolução dos brinquedos sexuais e como é possível transmitir, por apps dedicadas e utilizadores autorizados, estímulos em tempo real de um lado do planeta para o outro.
A globalização também aqui chegou. Mas chegou também a intrusão por terceiros – e a empresa teve de pagar uma indeminização milionária – e imagine que em vez de estar a receber esses estímulos do seu parceiro/a vêm a saber que é de outrem? É que há zonas mais sensíveis que outras. Proteja-se.