Depois de Origins, Assassin’s Creed muda-se de armas e bagagens para a Grécia em plena guerra do Peloponeso para seguir a história de Alexios ou Kassandra, mercenários espartanos que vão desvendar uma conspiração para controlar o mundo clássico.
O que dizer sobre Assassin’s Creed Odyssey? É um jogo típico desta série e, no entanto, não… é qualquer coisa que sabe mais a Witcher ou Fallout que a Assassin’s Creed.
Mas primeiro, a história. O jogo começa com a lendária batalha de Termópilas em que, segundo a tradição, trezentos espartanos, liderados pelo rei Leónidas, conseguiram suster a invasão do exército Persa sob o comando do imperador Xerxes. Depois, os gregos foram traídos e, naturalmente, acabaram derrotados.
A acção propriamente dita começa anos mais tarde, com o nosso herói (ou heroína) a viver em Kaphalonia, uma pequena ilha, onde em conjunto com o amigo Markos, leva uma vida de pequenos crimes, a fazer favores a quem precisar. Quando uma personagem misteriosa lhe faz uma proposta irrecusável, que implica sair da pequena ilha, talvez para sempre, é que a aventura começa realmente.
Odyssey é o primeiro jogo da série em que se pode escolher entre controlar uma personagem masculina, Alexios, ou feminina, Kassandra. Apesar disto, a forma de jogar é exactamente a mesma.
Mecanicamente, Odyssey é muito semelhante a Origins, mas com algumas diferenças, algumas subtis e outras mais evidentes. As subtis estão ligadas, principalmente, às armas e às armaduras que se vão apanhando à medida que viajamos pela Grécia do período clássico. Por exemplo, em Origins, os arcos conseguiam eliminar praticamente todos os inimigos sempre que se conseguia fazer um ‘headshot’, isto se a arma estivesse ao mesmo nível do inimigo que queríamos eliminar. Em Odyssey já não: mesmo que os arcos estejam ao mesmo nível que o inimigo, muitos deles são muito difíceis de eliminar deste modo.
O combate corpo a corpo também é semelhante ao do episódio anterior, mas está muito mais dependente das habilidades que escolhemos melhorar quando passamos de nível.
Diferenças mas poucas
As diferenças mais evidentes entre os dois jogos têm que ver com o mapa e com as decisões que tomamos ao longo da história, que moldam a forma como a mesma se desenrola. Por exemplo, no início do jogo há uma missão passada numa aldeia afectada por uma epidemia. Quando lá chegamos, temos a hipótese de deixar morrer, ou poupar, uma família. Posso dizer que, se pouparmos a família, mais tarde recebemos notícia que a ilha está toda tomada pela epidemia. Este é um pequeno exemplo do novo sistema de mapa e história dinâmicos que a Ubisoft implementou em Odyssey. As conversas também são o motor para alterações no mapa e na forma como a história se desenrola: e aqui estão as semelhanças entre este Assassin’s Creed e Fallout ou Witcher.
Depois, há a guerra. Nesta, em que as cidades-estado gregas se defrontaram pelo controlo do país, as protagonistas foram Atenas e Esparta. O mapa está dividido entre estas duas facções e o jogador pode optar por eliminar os soldados de um lado, ou de outro, para enfraquecer uma, ou ambas as facções. Isto, conjugado com acções de sabotagem e roubo de recursos, faz com que a facção que controla essa região fique tão frágil, que se pode iniciar uma batalha pelo controlo dessa região. Nestas batalhas podemos estar do lado dos defensores ou dos atacantes – se estivermos do lado vencedor há sempre objectos raros que ganhamos.
As inevitáveis batalhas navais utilizam a mesma fórmula mecânica desenvolvida pela primeira vez em Assassin’s Creed Black Flag, embora adaptada aos trirremes da época.
Testei Assassin’s Creed Odyssey numa Xbox One X e posso dizer que não desaponta quem está à espera de algo visualmente tão esplendoroso como foi Origin. Este jogo está muito bem feito do ponto de vista dos gráficos, principalmente se conseguir jogá-lo num ecrã 4K com HDR.
Ponto final
Assassin’s Creed Odyssey é um digno sucessor de Origins, a atenção ao detalhe histórico e do ambiente é simplesmente maravilhosa. Mas pode ser um jogo algo frustrante por causa das alterações introduzidas à mecânica e ao equilíbrio do poder das várias armas, mas não ao ponto de nos fazer desistir.
+ História
+ Atenção aos detalhes
– Trepar edifícios e rochas não requer que o jogador pense.
Gráficos: 9
Som: 9
Jogabilidade: 9
Longevidade: 9
Nota final: 9
Editora: Ubisoft
Distribuidora: Ubisosft
Site: assassinscreed.ubisosft.com
Plataformas: Windows, Xbox One, PS4
Preço: €69,99 (Xbox, PS4), €59,99 (PC Windows)