O ‘G’ em ‘5G’ indica que se trata de uma ‘geração’ de uma tecnologia de comunicação sem fios. Todas são definidas pela sua velocidade de transmissão de dados e também pelas diferenças no método de codificação desses dados, o que as torna incompatíveis entre si.
A primeira geração (ou 1G) era a da transmissão analógica. As tecnologias 2G, como o CDMA, GSM e TDMA foram as primeiras completamente digitais. Depois, as 3G, como a EVDO, HSPA e UMTS trouxeram velocidades de 200 Kbps até 1 ou 2 Mbps. Mais recentemente, o 4G (WiMAx e LTE) chegam às centenas de megabits por segundo de velocidade de transmissão.
O 5G traz novas funcionalidades: mais velocidade, menor latência (o tempo que a rede demora a responder) e a possibilidade de ligação de vários dispositivos ao mesmo tempo, o que a torna ideal para a utilização em sensores e dispositivos inteligentes.
Processadores compatíveis
O sistema de rádio usado no 5G (5G-NR) não é compatível como 4G. No entanto, todos os dispositivos 5G vão precisar, inicialmente, de uma rede 4G para conseguirem iniciar as ligações antes de mudarem para 5G, se estiver disponível.
Mesmo com o aparecimento do 5G, a norma 4G vai continuar a evoluir. Por exemplo o processador Snapdragon 845 da Qualcomm já é compatível com velocidades de transmissão até 1,2Gbp sem redes 4G. As grandes vantagens do 5G encontram-se, principalmente, na maior capacidade da rede e na baixa latência, coisas que estão além das capacidades do 4G.
5G tal como o Wi-Fi
Tal como todas as outras redes celulares, a 5G recorre a um sistema composto por células que servem para dividir um território em sectores e enviar dados através de ondas rádio. Cada célula terá de estar ligada a um ‘backbone’ (ligação directa à rede principal, normalmente via cabo) da rede. A codificação utilizada nas redes 5G é conhecida por OFDM e é parecida à utilizada nas redes 4G, mas com menor latência e mais capacidade.
Esta funcionará numa grande gama de frequências rádio, mas grande vantagem em relação ao 4G é a possibilidade de utilizar frequências mais altas. A 5G também prevê a possibilidade de envio de dados através de frequências utilizadas normalmente nas redes Wi-Fi sem que existam conflitos.
Velocidades até 20 Gbps
Outra novidade é possibilidade de criação de muitas redes com células pequenas: até se podem criar células domésticas. Isto irá permitir expandir ainda mais a capacidade da rede. Quanto mais células tiverem, mais dados consegue mover de um lado para o outro de uma só vez.
As redes 5G têm de ser muito mais inteligentes que as da geração anterior porque estão a lidar com células mais pequenas que podem ter tamanhos e formas diferentes.
Mas mesmo usando a estrutura de células existente hoje em dia no 4G, o 5G conseguirá quadruplicar a capacidade que existe hoje em dia, através da gestão de largura de banda e de utilização de novas tecnologias de antenas.
No que respeita a velocidades de transmissão, a norma 5G projecta velocidades médias de 20 Gbps com 1ms de latência.
A melhoria de latência e da capacidade da rede permite por exemplo um controlo mais preciso e intercomunicação de veículos autónomos. Em vários stands da feira Mobile World Congress, que se realizou em Março em Barcelona, estavam presentes os primeiros protótipos de automóveis com conectividade 5G que já disponham de funcionalidades de condução autónoma.