Utilizando dados da sonda espacial Gaia da Agência Espacial Europeia (ESA), uma equipa de astrónomos identificou quatro estrelas que são possíveis locais de origem de “Oumuamua”, um objecto interestelar observado durante uma breve visita ao nosso sistema solar em 2017.
Os cometas são restos da formação de sistemas planetários e é possível que o “Oumuamua” tenha sido ejectado da região da sua estrela natal, enquanto os planetas ainda estavam em formação.
Os dados da Gaia contêm posições, indicadores de distância e movimentos no céu para mais de mil milhões de estrelas na nossa galáxia; mais importante ainda, o conjunto de dados inclui velocidades radiais – o quão rápido se estão a mover em direcção ou para longe de nós – para um subconjunto de sete milhões, permitindo uma reconstrução completa das suas trajectórias.
A equipa analisou esses sete milhões de estrelas, complementadas com um extra de 220 mil para as quais estão disponíveis velocidades radiais a partir da literatura astronómica.
Como resultado, Coryn Bailer-Jones do Instituto Max Planck em Heidelberg, Alemanha, e os seus colegas identificaram quatro estrelas cujas órbitas se encontravam a poucos anos-luz de “Oumuamua” no passado recente e com velocidades relativas baixas o suficiente para serem compatíveis com prováveis mecanismos de ejecção.
Todas são estrelas anãs – com massas similares ou menores que as do nosso Sol – e tiveram o seu encontro “próximo” com o cometa interestelar entre um e sete milhões de anos atrás. No entanto, nenhuma delas é conhecida por albergar planetas ou por fazer parte de um sistema estelar binário; um planeta gigante ou uma estrela companheira seria o mecanismo preferido para ejectar o pequeno corpo.
Embora futuras observações dessas quatro estrelas possam lançar uma nova luz sobre as suas propriedades e potencial para ser o sistema de origem de “Oumuamua”, os astrónomos também estão ansiosos por novos dados da sonda Gaia.
Via Agência Espacial Europeia (ESA).