No dia 21 de Agosto deste ano, mais um capítulo da remoção de perfis de redes sociais veio à tona. O Twitter e Facebook anunciaram que apagaram centenas de contas de suas plataformas com a justificação de que essas páginas buscavam “espalhar desinformação”. O controlo e divulgação dos conteúdos considerados falsos estariam sendo feitos por elementos da Rússia e do Irão.
A rede social de Mark Zuckerberg afirmou no seu blog que “sempre há uma tensão entre desabilitar esses maus agentes rapidamente e melhorar nossas defesas a longo prazo. Se os removermos muito cedo, é mais difícil entender suas tácticas e a extensão de sua rede”. Essa não é a primeira vez que a rede social mais utilizada do mundo apaga contas com o pretexto de combate a falsas informações. No fim do mês de Julho deste ano, o Facebook afirmou que eliminou páginas mentirosas que tentavam influenciar a opinião pública sobre questões políticas dos Estados Unidos.
Essas decisões de potências do mundo da Comunicação, como Twitter e Facebook, jogam luz sobre um tema que vem sendo cada vez mais discutido ao redor do mundo: as Fake News. Com tradução para a Língua Portuguesa como “notícias falsas”, esse fenómeno global vem sendo abordado nas faculdades de Jornalismo, em conversas entre amigos no bar e, inclusive, nas próprias redes sociais.
Apesar das informações falsas serem compartilhadas em grande parte das vezes por páginas de relevância numérica nas redes sociais, em especial no Facebook e no Twitter, alguns estudiosos afirmam que as pessoas receptoras das mensagens falsas também têm um papel fundamental no processo de desinformação. Muitas vezes, ao receber uma Fake News, o indivíduo consciente da falibilidade da mensagem desconsidera fatos objectivos em favorecimento de crenças pessoais para sustentar uma ideologia; a palavra que nomeia o fenómeno, denominado “pós-verdade”, foi reconhecida pelo dicionário de Oxford — referência em catalogar novos termos — como a expressão do ano de 2016.
O caminho para combate de Fake News, no entanto, não é pavimentado fora do mundo digital. As possibilidades abrangentes da tecnologia também alcançam quem rema contra a maré da desinformação. Agências de verificação de informação surgem a crescem cada vez mais, inclusive no Brasil. Grupos como Aos Fatos e Agência Lupa, por exemplo, se uniram ao Facebook para a análise e combate de notícias mentirosas. Fora do Brasil, outros grupos de verificação também actuam, especialmente nos Estados Unidos — local com mais agências de “fact-checking”, de acordo com levantamento do “Reporters Lab”.
O COMBATE INDIVIDUAL
A apuração de notícias também pode (e deve) ser feito pelo próprio indivíduo ao se deparar com uma informação suspeita. O primeiro passo a ser dado é conferir a origem da notícia, sempre dando prioridade a veículos de credibilidade. Verificar a ortografia da matéria também pode ajudar, já que divulgadores de notícias falsas muitas vezes não têm o treinamento de jornalistas profissionais confiáveis; a partir disso, é necessário também pesquisar a informação no Google e comparar com outros veículos de comunicação. Caso seja verdade, dificilmente outros meios de comunicação não vão repercutir. Outra coisa que pode ajudar na identificação da Fake News é buscar a data de publicação da notícia, pois muitas vezes um fato ocorrido no passado e tido como actual pode enganar muita gente.