Em tempos todos os telefones móveis, smartphones ou não, tinham um teclado físico. Mas, há muito tempo que os teclados já despareceram das faces dos telefones, substituídos pelos teclados virtuais. Outra coisa que esteve à beira de desaparecer foi a BlackBerry. A empresa que fabricou alguns dos primeiros dispositivos que se podiam considerar smartphones esteve à beira da morte por não se ter conseguido adaptar suficientemente rápido aos tempos.
E qual era uma das coisas que diferenciava mais os seus produtos do resto? O teclado alfanumérico, ideal para gerir email, que era o um dos seus principais serviços.
Há pouco tempo chegou-me às mãos o novo KEYone um smartphone da Blackberry com sistema operativo Android e, como não poderia deixar de ser, teclado físico. Tirando esta característica óbvia, o KEYone destaca-se pela sua fantástica qualidade de construção.
É uma máquina em metal e borracha na parte de trás. O ecrã é LCD com 4,5 polegadas (por causa do teclado). Mas o teclado não é só para escrever, também é um touchpad que permite fazer scroll ao conteúdo do ecrã como se o frontal fosse todo um ecrã táctil. O leitor de impressão digitais para o desbloquear está embutido na tecla de espaço.
Outra característica que o KEYone tem, que vem dos tempos áureos da BlackBerry, é a tecla de função, colocada por baixo das teclas de volume do lado direito. Tal como acontecia no passado, o utilizador pode atribuir a função que quiser a essa tecla. A câmara traseira tem 12 MP com estabilização de imagem que pode captar vídeos 4K a 30 fps. À frente está uma câmara de 8 MP.
O KEYone tem processador Snapdragon 625 com oito núcleos a 2 GHz, um GPU Adreno 506, 3 GB de memória RAM, 32 GB de espaço de armazenagem que podem ser expandidos através de cartões de memória microSD; a bateria é de 3505 mAh. Apesar dos materiais e da montagem, estas características técnicas colocam o KEYone no espectro dos smartphones de gama média. Hoje em dia já não é incomum encontrar smartphones com muito mais de 3 GB de RAM e os 32 GB de armazenagem já só estão em equipamentos de gama média.
O sistema operativo é o Android 7.1.1 Nougat sem personalização significativa por parte da BlackBerry, mas está cheio de apps da empresa que servem para substituir algumas do Android, como o cliente de email ou a app de gestão de contactos. A BlackBerry “carrega” muito na tecla da segurança dos dados, por isso toda a informação que está guardada no KEYone está encriptada por defeito. Existe até uma app que faz uma auditoria ao smartphone para indicar potenciais falhas que possam pôr em causa a privacidade dos seus dados.
Ponto final
Francamente gostei muito deste smartphone da BlackBerry. É uma máquina sólida, muitíssimo bem construída. O ecrã não é muito grande, mas a qualidade não é nada má. O desempenho é mediano. A câmara frontal precisa de alguns melhoramentos, a traseira dá bem conta do recado, mesmo com pouca luz. Mas não impressiona. O bom tempo de vida da bateria está directamente ligado ao facto do processador não ser dos mais rápidos, o que, para um utilizador que não ligue a jogos é uma mais-valia. Por cerca de 600 euros é uma máquina a considerar para utilizadores mais institucionais.
+ Construção e materiais
+ Teclado físico
– Câmara frontal
-Podia ter mais espaço de armazenamento
Experiência de utilização: 5,7
Medições: 1,53
Preço: 0,7
Nota final:8
BENCHMARKS
Antutu | PCMarkWork | 3D Mark | Vida da bateria (min) |
60292 | 4882 | 13694 | 814 |
Distribuidora: BlackBerry
Site: blackberrymobile.com
Preço: €599
Ficha técnica
Processador: Snapdragon 625 octa core a 2,0 GHz
Memória: 3 GB
Armazenamento: 32 GB (expansível por cartões MicroSD)
Câmaras: 12 MP + 8 MP
Ecrã: 4,5” (1620 x 1080, 433 ppi)
Bateria: 3505 mAh
Dimensões: 149,3 x 72,5 x 9,4 (altura x largura x espessura)
Peso:180g