Segundo estatísticas produzidas pela Organização das Nações Unidas (ONU), no ano de 2017 a população mundial atingiu a marca de 7,6 mil milhões de habitantes, com projecção de se chegar a 11,2 mil milhões no ano 2100. Daquele total, estima-se que por volta de 2 mil milhões de pessoas não têm acesso à internet – mil milhões na faixa etária dos 5 a 14 anos, segundo dados da GSMA (Global System for Mobile Communications Association), entidade que representa cerca de 800 operadoras e 250 empresas de tecnologia móvel em todo o mundo.
Essa população de desconectados localiza-se em países com graves problemas socioeconómicos, regiões de difícil acesso ou com topografia desfavorável e, também em países com regimes políticos autoritários que impedem seu acesso à população. Em termos percentuais, essa parcela que se mantém à margem do desenvolvimento tecnológico representava aproximadamente 26% da população mundial, em 2017.
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Apesar de uma significativa porção não ter acesso ainda a tecnologias amplamente difundidas, uma maioria esmagadora, 74%, faz uso das mais diversas formas em que elas se apresentam. Do primeiro computador pessoal concebido há 46 anos (1972), passando pela criação da Internet há 29 anos (1989), ao início de utilização do Wi-fi há 14 anos (2004), chegamos à criação e comercialização do Bitcoin (2008) como reserva de valor confiável e facilitador de transacções no mercado internacional. Percebe-se claramente que o acelerado processo de desenvolvimento de novas tecnologias da informação em apenas 19 anos (1989 a 2018) experimentou um salto qualitativo irrefutável.
Nesse ambiente de avanço tecnológico ininterrupto, e após a criação da primeira moeda virtual Bitcoin, outras moedas virtuais como Ethereum, Litecoin, Riple, Dash, surgiram e despontam em franco e acelerado crescimento, por utilizar necessariamente essas novas tecnologias.
A intimidade entre tecnologias inovadoras e criptomoeda
Num raciocínio simplista e linear, considerando-se a projecção da população mundial mencionada acima e o percentual de utilização actual de tecnologias, no ano 2100 esse montante de usuários chegará a cerca de 8,3 bilhões de pessoas, muito superior à população mundial total actual. E, pode-se afirmar que a criptomoeda será de uso regular, nesse porvir. Como exemplo concreto actual dessa previsão, verifica-se que moedas virtuais com o Litecoin têm apresentado tendência de alta no longo prazo, como explicado no Guia do Bitcoin Litecoin. o que tem levado investidores a tentar entender mais detalhadamente as análises de preços dessa moeda em particular, que muito se assemelha ao Bitcoin e Ethereum, que o antecederam.
Esse fato nos leva a crer que, se considerarmos que a criação da moeda digital não era uma realidade há pouco mais de dez anos atrás, podemos inferir que o intenso e impactante desenvolvimento de novas tecnologias em espiral ascendente, inevitável e necessária, conduzirá ao acesso digital aquela parcela da população mundial actualmente marginalizada. Podemos ir além, e arriscar afirmar que as criptomoedas também estarão presentes no seu quotidiano de transacções financeiras comerciais e pessoais.
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A tecnologia está inoculada de forma visceral e definitiva na vida de todos
Este horizonte de apenas 82 anos (2018 a 2100) separa-nos de um futuro em que o inconcebível não terá lugar. Tudo o que a imaginação e o sonho conseguirem alcançar, certamente estará aquém desse futuro onde o desenvolvimento cada vez mais acelerado de novas tecnologias poderá proporcionar.
O paradigma do papel moeda passou a coexistir com o novo paradigma da moeda virtual que, por se utilizar de novas tecnologias sempre mais actuais, navega “por mares nunca dantes navegados” com razoável segurança, em razão de sua legitimação cada vez maior face à sua utilização em escala crescente por todo tipo de empresas em suas transacções financeiras