Gostam de dados técnicos? Então este início de texto secante é para vocês: como é costume corremos os benchmarks para analisar o desempenho dos telemóveis no iPhone X e os resultados bateram toda a concorrência asiática. Samsung, Sony, Huawei, com os seus Note 8, Xperia ZX Premium e Mate 10 ficam longe, muito longe dos resultados conseguidos pelo novo topo de gama da Apple.
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No AnTuTu, a supremacia é clara: com 221 876 pontos, o iPhone X destrona o anterior líder, o ZX Premium, que tinha 177 175 pontos. Mais longe ficam o Mate 10 (176 510) e o Note 8 (174 473). Destes três smartphones, o iPhone X é também o campeão da autonomia, com 972 minutos, mais trezentos que a dupla Note 8/Mate 10 e mais duzentos que o XZ Premium.
O benchmark PCMark 8 já não está disponível para usar no iOS, mas também aqui não era complicado prever uma nota alta para o terminal da Apple – na nossa classificação, é o XZ1 que está em primeiro lugar com 8395 pontos.
Mas é no 3D Mark Ice Storm Unlimited que o iPhone arrasa de vez com os rivais asiáticos, conseguindo dobrar os resultados de dois deles: com os seus 63 402 pontos, mais trinta mil que os 21 377 do Huawei Mate 10 e os 32 174 do Samsung Note 8. Mesmo em relação ao que está mais perto, o XZ Premium, fica a vinte mil pontos de distância, com 40 562.
Um condão que só a Apple tem
Agora a conversa que realmente interessa. O iPhone X, pelas tecnologias que traz, vale ou não os 1169 euros que custa na sua versão base de 64 GB? A relação qualidade/preço é sempre uma questão subjectiva, porque é quase impossível de quantificar, na realidade, a investigação, o desenvolvimento, o custo com materiais, expedição, funcionários, produção e outros parâmetros que levam ao desenvolvimento de um produto. Assim, o melhor que se pode dizer é que este é o preço a pagar por termos na mão aquele que deverá ser o smartphone mais avançado do momento na mão.
O futuro passará basicamente por algumas das tecnologias que o iPhone massifica neste momento e, quer gostemos ou não, este é um condão que apenas a Apple tem nesta indústria, neste momento.
Não é à toa que só se tem falado de apps de realidade aumentada depois de os novos iPhones terem sido anunciados ou de o mercado de carregadores wireless ter ganho uma nova vida quando se perceber que estes equipamentos eram compatíveis com este forma de receber energia. E eu nem acho que isto seja uma comodidade para o utilizador, uma vez que o telefone fica praticamente inutilizado quando o metemos a carregar sem fio. É mais uma forma de usar o iPhone X, apenas isso.
Os dois pilares do iPhone X
Esta review apenas merece continuar para falarmos de duas importantes novidades que o iPhone X trouxe para o mundo dos utilizadores de iOS: a ausência do botão Home (e de qualquer leitor de impressões digitais) e o recurso ao Face ID como alternativa ao primeiro ponto.
Uma vez que já não contamos com o botão Home, a interacção com o iPhone X muda e muito. Desde logo, já não podemos usar este controlo para sair das aplicações bem para ver quantas é que temos abertas; isto vai influenciar ainda a forma como encerramos uma app, como vemos as notificações e abrimos o painel de controlo. Pela minha experiência, a única que interessa aqui, é que a habituação ao novo sistema dura dois dias no máximo. Agora, para vermos as apps que temos abertas, é preciso deslizar o dedo para cima, a partir da base de ecrã e manter a pressão no mesmo sensivelmente a meio; para fechar uma aplicação, basta manter o dedo sobre o ecrã, em cima de uma app, até que apareça a bolinha vermelha.
Para sair de uma app, basta arrastar o dedo para baixo, sobre a mesma. A gaveta das notificações, agora, pode ser mostrada ao deslizar o dedo para baixo a partir do topo esquerdo do ecrã e o painel de controlo aparece se fizermos isto do lado direito. São muitas coisas novas para aprender, mas o que é surpreendente é que, uma vez acostumados a este sistema, parece que sempre foi assim. É mais uma vez a simplicidade e assertividade do iOS a dar cartas.
A mesma coisa acontece com o Face ID, que funciona mesmo em condições de fraca luminosidade ou com óculos de Sol. O iPhone X precisa apenas de uma fracção de segundo para reconhecer a cara do utilizador: resultado, nem é preciso fazer um compasso de espera entre o reconhecimento facial e o deslizar do dedo para cima, no ecrã, para desbloquear o equipamento.
O preço é como o frio
Somando todas as parcelas de utilização do iPhone X, as dúvidas são muito poucas ou nenhumas. Não é preciso dizer, sequer, que este é melhor iPhone de sempre, pois isso é um dado adquirido a cada ano. O que importa aqui dizer é que ter o iPhone X na mão é também ter acesso ao futuro da tecnologia, algo que a Apple não conseguia fazer há muito tempo, quase desde que lançou o seu primeiro iPhone, em 2007. Se isto tem de custar 1169 euros? Talvez. Mas o preço, tal como o frio, é psicológico. O que é frio para si, pode não ser para mim.
Ponto Final
O iPhone é tipo faca quente a cortar manteiga quando se trata de ultrapassar os rivais asiáticos em desempenho. Mas não é só: acaba por ser uma obra-prima do design industrial onde apenas se pedia mais polimento na saliência da câmara. O notch do ecrã dá-lhe identidade e o ecrã OLED quase sem moldura tem uma qualidade ímpar. A questão do preço não existe, uma vez que há smartphones mais caros e sem um décimo do carisma deste equipamento da Apple.
Medições: 1,72
Experiência de Utilização: 6
Preço/Qualidade: 1
Nota: 9
FICHA TÉCNICA
Processador: A11 Bionic hexa-core a 2,39 GHz (2 x Monsoon + 4 x Mistral)
Memória: 3 GB RAM
Armazenamento: 64 ou 256 GB
Câmaras: 12 MP (dual) + 7 MP
Ecrã: 5,8 polegadas OLED (1125 x 2436 pixels, 458 ppi)
Bateria: 2716 mAh
Dimensões: 143,6 x 70,9 x 7,7 mm
Peso: 174 g
TABELA DE BENCHMARKS
AnTuTu: 221 876
3D Mark Ice Storm Unlimited: 63 402
PCMark 8 Work: 8395*
PCMark 8 Autonomia: 972 minutos**
* na impossibilidade de usar o PC Mark 8 Work no iOS decidimos atribuir a nota máxima alcançada por um smartphone da nossa lista de benchmarks: a do Sony Xperia Z1.
** valor obtido com o GeekBench 4