O novo componente, apresentado na edição 2017 da IFA (que decorreu no princípio de Setembro, em Berlim), está integrado no SoC Kirin 970.
Em conjunto com o NPU (Neural Processing Unit), o Kirin 970, projectado pela HiSillicon (+ pertence à própria Huawei e é fabricado pela TSMC através de um processo de 10 nm) inclui quatro núcleos Cortex A73 a funcionar a 2,36 GHz, quatro núcleos Cortex A53 a 1,8 GHz, um GPU Mali G72 com doze núcleos e 6 GB de memória RAM.
Inteligência artificial
Mas o que é que a inteligência artificial pode fazer dentro de um smartphone? Várias coisas: por exemplo, no caso do Mate 10, a aplicação de câmara consegue identificar muitos tipos de objectos que o utilizador queira fotografar e ajusta automaticamente os parâmetros de exposição, velocidade, etc, para que se consiga obter o melhor resultado possível.
Outro aspecto que a inteligência artificial pode mudar será a qualidade do som durante as chamadas telefónicas.
O sistema aprende a reconhecer a voz do utilizador e consegue isolá-la, mesmo quando há barulho de fundo, para que o interlocutor consiga entender tudo. Há também a funcionalidade de optimização do funcionamento do smartphone.
O sistema de inteligência artificial analisa os padrões de utilização do sistema operativo e das aplicações e optimiza os recursos do dispositivo para que as apps e função mais usadas não sofram degradação de desempenho ao longo do tempo.
A Huawei garante que todo o processamento é feito localmente e que nenhuma informação é passada para fora, de forma a garantir a privacidade dos utilizadores. Como realizámos todos os testes à IA sem cartão SIM instalado e com o Wi-Fi desligado podemos comprovar que é mesmo assim que se passa.
E funciona?
Como o hardware não é nada sem software, a Huawei permite a utilização de várias API como as Tensorflow e Caffe 2 para o desenvolvimento de aplicações que tiram partido do processador neural que vem dentro do Mate 10.
Mas toda esta tecnologia funciona mesmo? Sim. Tentámos fotografar vários objectos, como flores e animais domésticos e o Mate 10 conseguiu fazer a distinção entre eles. No entanto, tivemos de alterar algumas vezes o ângulo da câmara para que a luz incidisse sobre o objecto, de forma a poder ser detectado satisfatoriamente.
Continuando a falar de estreias, este é também o primeiro equipamento não concebido pela Google, a receber o Android 8 Oreo. A skin EMUI também foi actualizada. Ficou mais leve e também tira partido do motor de inteligência artificial.
Bem impressionado
O Mate 10 é uma máquina muitíssimo bem acabada. O corpo é revestido a vidro, as câmaras traseiras e o sensor de impressões digitais estão instalados exactamente ao centro do corpo.
O Mate 10 é um smartphone dual-SIM, mas ao contrário do que acontece noutros modelos, o espaço do segundo SIM não pode ser usado para instalar um cartão de memória microSD para expandir o armazenamento.
Mesmo com 128 GB, isto pode ser um problema, principalmente se gosta de tirar fotos em formato RAW ou gravar vídeo em 4K.
Infelizmente a Huawei também acabou com a entrada jack para os auscultadores. Agora a entrada USB-C serve para tudo: transferir ficheiros de e para o computador, ligação a um monitor, carregar a bateria e ligar os auscultadores.
Esta é uma opção altamente discutível, quanto mais não seja porque, se não tiver uns auscultadores sem fios, não poderá ouvir música enquanto carrega o smartphone…
Fotografia de primeira
O ecrã é OLED com HDR. A qualidade de imagem é muito boa, embora o ecrã tenha alguma tendência em saturar um pouco as cores, principalmente por ser OLED.
As câmaras principais, com tecnologia Leica, estão ao nível do melhor que se consegue fazer em câmaras dos smartphones: a abertura 1.6 faz diferença e muita, principalmente quando a luz é pouca.
Como o espaço já é pouco para me alongar mais, resta-me a experiência de utilização que é muito agradável. O EMUI 8 não se intromete muito nas funcionalidades base do Android, o que é um grande ponto a favor.
Ponto final
O Huawei Mate 10 é um smartphone que pode ser quase considerado um “best of” daquilo que a marca chinesa consegue fazer. É bem construído, inovador, para o bem e para o mal, e muitíssimo agradável de usar. Os quase 900 euros pedidos fazem com que não seja uma máquina para todos, mas a inovação paga-se. E aqui há muita.
Vida da bateria (minutos) | Antutu | PCMark Work | 3D Mark |
640 | 176 510 | 7124 | 31 377 |
+ Inteligência artificial
+ Funcionalidades
+ Construção
– Falta o jack de 3,5 mm
– Não se pode expandir o armazenamento
Medições: 1,87
Experiência de utilização: 6
Preço: 0,8
Nota final: 9
Distribuidor: Huawei
Site: huawei.pt
Preço: €879,90
Processador: Kirin 970 (4 x 2,36 GHz + 4 x 1,8 GHz)
Memória RAM: 6 GB
Armazenamento: 128 GB
Câmaras: 20 + 12 MP
Ecrã: 6” OLED (2160 x 1080)
Bateria: 4000 mAh
Dimensões: 154,2 x 74,5 x 7,9 mm
Peso: 178 g