Tal como as roulottes de bifanas não falham em dias de jogos da bola, também Konami e Electronic Arts não falham há já quase vinte anos na altura de lançar as suas novas versões de FIFA e PES (que já foi ISS Pro). E claro, como em qualquer jogo de futebol, há três resultados possíveis: empate, derrota ou vitória.
Assim, todos os anos, há lugar a uma comparação entre PES e FIFA para saber como é que os “treinadores” (leia-se, as ‘editoras’) prepararam o seu plantel para o jogo do ano.
DLC em vez de jogos novos
Confesso que esta rivalidade entre PES e FIFA já me cansa. O corpo e a mente. Todos os anos é a mesma história: melhorámos a jogabilidade, os gráficos, os modos de jogo, há mais realismo, há mais imersão, há mais emotividade. Depois, experimentamos o jogo, e, quem já o faz há quase dez anos, não nota quase nada de assim tão extraordinário.
Na minha opinião, bastava que ambas as editoras lançassem DLC com a actualização de plantéis, equipamentos, ligas, equipas (entre as que sobem e descem de divisão) para que eu fosse um jogador mais feliz a cada ano que passa. Quando houvesse então aquele subir para um próximo nível em termos de motores gráficos e jogabilidade (será que consegue ser mesmo melhor que o que temos hoje), aí sim, Konami e EA poderiam impingir um DVD completo.
Os nomes, ai os nomes…
O que é curioso é que a EA já faz isto com a Legacy Edition, mas apenas para PS3. Se optarmos por esta versão, ficamos sem algumas novidades introduzidas na versão 2018, mas há a garantia de termos equipas actualizadas. Claro, que qualquer transferência se resolve com um update, mas PES, por exemplo, continua a ter o problema de nos apresentar plantéis que nada têm a ver com os actuais, ainda sem muitas das transferências do mercado de Verão.
Desta forma, parece que estamos a jogar com a versão de 2017, já para não falar da falta de licenças que, para mim, é essencial para termos um jogo credível e emotivo. Por exemplo, preferia comprar um jogo de automóveis que em vez de ter a Ferrari, a Mercedes ou a Toyota nos desses carros como a Black Horsecão, e Three Starense e a Japan Totatola?
Jogo jogado
É verdade que todos os clubes que participam na Liga dos Campeões estão correctos, fruto dos acordos com a UEFA, mas depois o resto acaba por fazer com que o jogo pareça disputar-se num mundo à parte. FIFA também não tem todos os clubes com o nome certo, mas a diferença é abismal.
Onde o jogo da EA também ganha é na quantidade de modos de jogo disponíveis, onde A Caminhada nos dá a sequela da história de Alex Hunter com contornos mais negros (parece um jogo role play à parte) e FUT continua a ser uma das estrelas do plantel. Em PES, nota-se que a Konami está a trabalhar para se colar aos modos de jogo do rival e ainda inova com co-op online de 3 vs 3.
No campo da jogabilidade, há melhorias nos dois jogos, mas FIFA apresenta-se mais sólido e entrosado no relvado; em PES faltam formas de esconder a bola dos adversários e é algo fácil desarmar um adversário. No entanto, se a ideia é jogar um título mais arcade, a Konami continua a ter a melhor opção.
PES 2018
Nota final: 8
Jogabilidade: 7
Gráficos: 9
Som: 8
Longevidade: 9
+ Gráficos
+ Licenças UEFA
– Desactualizações
– Interface
Editora: Konami
Distribuidora: Ecoplay
Plataformas: PS4, Xbox One, PS3, Xbox 360
Site: konami.com
Preço: €69,99
FIFA 18
Nota: 9
Jogabilidade: 9
Gráficos: 8
Som: 9
Longevidade: 9
+ Modos de jogo
+ Jogabilidade
+ Interface
– Caras de alguns jogadores
Editora: Electronic Arts
Distribuidora: Electronic Arts
Plataformas: PS4, Xbox One, PS3, Xbox 360, Nintendo Switch
Site: easports.com
Preço: €69,99
Ponto final
O duelo Messi/Ronaldo também chega aos jogos de computador. Ambos são as caras de FIFA e PES, respectivamente. E, tal como tem acontecido recentemente, o título de melhor jogador do mundo real transfere-se para o digital, com a EA a ter, mais uma vez, o melhor simulador de futebol. A Konami melhorou, mas ainda fica longe de quebrar a hegemonia de FIFA.