Um antigo executivo do Facebook disse que estamos a ser reprogramados pelas redes sociais. Como, se temos livre arbítrio? Vejamos a Pirâmide de Maslow. Antes que se ponham a googlar o senhor e abandonem o texto, eu explico: Maslow estabeleceu uma hierarquia de necessidades humanas, que precisamos de satisfazer. Na base estão as fisiológicas (óbvias); depois as de segurança (as que permitem a sobrevivência e conforto); a seguir, as sociais, onde interagimos com os outros para amizades, amor, relações familiares ou afinidades clubísticas; o quarto nível é o da necessidade de status e autoestima onde nos esforçamos para ser superiores a toda a gente do nível anterior; e, por último, a autorrealização.
Esta lógica encaixa bem nas redes, a começar no Tinder (fisiológicas) e a acabar no LinkedIn (gurus do sucesso), passando pelo Google (segurança: desde pesquisar que tipo de sinal nos apareceu até ao Google Drive), Facebook (social) e Twitter (o do status. Exemplo máximo: Trump). Algumas das redes incorporam vários destes níveis, mas vai mesmo assim à bruta. Maslow ainda fala da necessidade de conhecimento e da apreciação do valor estético. Escolham vocês as redes e apps correspondentes.
Não somos bots, ou Sims, mas programam-nos fazendo da insatisfação uma característica permanente da nossa existência. Nada está seguro, o conflito reina, nunca somos totalmente o que podemos ser. Para mais e melhor basta clicar neste link. A paranóia tornou-se consensual.
Tenho um amigo que diz que sou demasiado negativo. Mas sou mais inteligente do que ele, não preciso que me dê casa ou comida, escrevo para uma revista e ele não. Há mesmo quem não passe do nível quatro…