Com o desenvolvimento de novos processadores mais rápidos e com um maior número de núcleos, ecrãs com maior resolução e câmaras capazes de captar em resolução 4K, aumenta a necessidade energética dos smartphones. Além do aumento na capacidade das baterias, torna-se imperativo que o carregamento dessas mesmas baterias melhore, razão pela qual vários fabricantes têm estado a desenvolver os seus próprios sistemas de carregamento rápido, que embora distintos, utilizam o mesmo princípio de funcionamento.
Aumento de corrente
A forma mais fácil de garantir um aumento da velocidade de carregamento de bateria de um smartphone é através da aplicação de um aumento de corrente. Ou seja, num smartphone tradicional, o uso de um carregador que consiga produzir 2A (Ampére) consegue, em teoria, duplicar a capacidade de carga, reduzindo o tempo de carregamento para metade.
É através deste princípio que os sistemas de carregamento rápido são baseados: permitir um carregamento mais rápido através da aplicação de uma corrente superior.
Perdas de energia
O problema da aplicação de maior corrente numa bateria prende-se com a energia dissipada, em forma de calor, o que tem levado ao desenvolvimento de novos sistemas de carregamento mais eficazes, que permitem gerir a intensidade da corrente aplicada de acordo com o calor da bateria. O sistema Quick Charge 4 da Qualcomm, por exemplo, consegue ajustar a voltagem aplicada, entre os 3,2 a 20 volts, sendo esta voltagem ajustada em intervalos de 20 mV, com a corrente aplicada a ser ajustada também entre os 2,6 a 4,6A.
Este sistema permite assim gerar uma potência máxima de 28 W, um valor significativamente superior aos 10 obtidos com o sistema Quick Charge de primeira geração (que usava os 5v e 2A de corrente). Apenas um detalhe: à medida que a bateria vai carregando, a velocidade de carregamento reduz, devido não só à gestão térmica do dispositivo, como à menor liberdade de movimentação dos iões entre o cátodo e o ânodo.
Hardware específico
Um dos problemas destas novas normas está na compatibilidade dos sistemas com os carregadores e cabos, pois embora estes sejam fisicamente compatíveis, com a grande maioria dos sistemas de carregamento rápido utilizar a interface USB Type-C, estes exigem uma compatibilidade com os chips de monitorização, tanto no carregador como no smartphone.
É por esta razão que um carregador do Huawei P10, com a sua tecnologia SuperCharge (até 5A) não consegue carregar, de forma rápida, um terminal equipado com a tecnologia Quick Charge 3.0 da Qualcomm, (como o LG G6 ou o Sony Xperia XZ), ou um sistema Dash Charge da OnePlus.