A Biti é, na realidade, a evolução de um presente de um pai, Eduardo Pinheiro, para a sua filha, Beatriz. Preocupado com a forma como a criança estava a crescer no mundo digital, decidiu construir um pequeno dispositivo, para que Beatriz pudesse ver conteúdos na televisão de uma forma que fosse mais saudável, com uma abordagem interactiva e que fosse também mais segura.
Estávamos no Natal de 2015. Até Setembro de 2016, a Biti continuava a ser um “plano” de família, algo que a startup gosta de descrever como «um projecto de amor de um pai para a sua filha» – afinal, até o nome Biti foi inspirado em Beatriz, a primeira cliente da startup portuguesa.
O rumo da Biti começa a alinhar-se a partir dessa data, quando Luís Quintella, a outra metade da empresa, regressa a Portugal. Dedicados a tempo inteiro ao projecto, os fundadores descrevem a Biti como «uma plataforma de conteúdos, para a televisão, desenhada e pensada para crianças, segura e inteligente», explica o responsável.
Três componentes para uma ideia
A Biti é composta por três partes, que funcionam como um todo, para servir diferentes propósitos: a Biti.tv é, como o nome indica, para a televisão, e permite que os conteúdos sejam personalizados para cada criança, através de algoritmos inteligentes. É a criança quem depois vai controlar o seu ‘canal’, através da Biti.box, uma caixa com três botões, para três propósitos diferentes. Como explica Luís Quintella, trata-se de um «dispositivo simples e colorido, com três botões grandes, pensado e desenhado para ser utilizado por crianças».
O botão vermelho ‘Play’ dá acesso a conteúdos de entretenimento, como por exemplo desenhos animados; o botão amarelo ‘Grow’ está ligado aos conteúdos de aprendizagem (como aprender a contar, aprender inglês ou aprender as primeiras letras). Por fim, o botão azul, ‘Love’, permite que a criança veja vídeos de familiares, por exemplo, sempre que quiser.
O último vértice é a «aplicação móvel para os pais, para controlar a utilização da Biti.app por parte dos seus filhos (parental control) e receber informação, na forma de insights, sobre a utilização dessa mesma plataforma», indica Luís Quintella.
É também através desta app que os pais podem fazer o upload dos vídeos para a componente ‘Love’ presente na Biti.box. «O controlo da Biti, em ultima instância, está sempre na mão dos pais», explica Luis.
As primeiras respostas do mercado
A Biti está, actualmente, «a finalizar o produto». No último trimestre do ano, prepara-se para lançar «uma campanha de pré-encomendas», mas a ideia é a de que, ainda antes do Natal, já tenha chegado ao retalho, adianta Luís Quintella. A ideia «passa por vender um bundle com a Biti.box mais a Biti.tv; através da aquisição deste bundle, as crianças terão acesso grátis a um universo enorme de conteúdos», explica.
Ainda antes disso, a Biti já recebeu as primeiras opiniões, ainda em 2016: «Estivemos presentes no Web Summit, com um stand, onde apresentámos pela primeira vez o projecto ao grande público. O feedback recebido foi muito bom e deu-nos ainda mais força para continuar a acreditar naquilo que estamos a construir», conclui Luís Quintella.